Edifício Travessa Henrique Cardoso

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A intervenção neste Edifício teve por objecto uma proposta de reabilitação integral, interior e exterior, de um Edifício de 4 pisos, de finais dos anos 1940, situado na Travessa Henrique Cardoso, em Lisboa.

A partir do nível do sótão, fez-se a demolição integral da cobertura, convertendo-o num espaço de prolongamento do último piso, com acesso por escada interior e um terraço, a tardoz. A cobertura foi integralmente construída com uma estrutura em madeira e revestida a painéis estratificados em aglomerado de madeira com isolamento térmico e telha marselha. Para acesso ao terraço foi construído um vão de sacada inserido numa estrutura de trapeira.

No que respeita às características do alçado principal, nomeadamente a caixilharia, colocámos  janelas com o desenho equivalente às existentes de duas folhas e mantivemos a côr branco. Introduzimos um novo elemento, as portadas em madeira de bétula, em substituição dos estores existentes para podermos enriquecer do ponto de vista estético todo o alçado do edifício. A côr escolhida para pintar todo o edifício teve por base a côr original, mas intensificada, de forma a garantir um ritmo de alternância cromática na rua.                  

Relativamente à compartimentação no interior do Edifício, introduzimos um lavabo social, no espaço da despensa, para complementar a instalação sanitária existente e, na cozinha, o quarto existente deu lugar a uma área de refeições, uma vez que na estrutura organizativa desta casa a posição da sala se encontrava no lado oposto, o que dificultava funcionalmente o seu uso.

No que respeita aos revestimentos interiores, na caixa de escadas utilizámos a base de côr das cantarias, em mármore rosa, existentes nos vãos das portas de entrada nos apartamentos, para pintura das paredes e os novos armários técnicos foram construídos no mesmo tipo de madeira das portas de entrada e corrimão da escada. No interior dos apartamentos usámos a madeira de bétula nas carpintarias como portas, portadas, mobiliário de cozinha e roupeiros. O interior dos espaços de refeições foi também revestido totalmente com a mesma madeira e foi construído um banco que contorna o espaço e uma mesa. Como excepção, no último piso, a madeira de bétula foi também utilizada para revestir todo o interior do volume que contém a escada de acesso ao sótão.

No logradouro construímos um volume de um piso, para arrumos, contíguo ao muro que limita o lote a norte. Revestimos o solo com lagetas de betão de forma a manter a sua permeabilidade e criámos espaços para a vegetação cobrir os muros laterais ao longo do lote.

 

Co-autoria: Célia Faria

Colaboração: Pedro Tomé

Cliente: Particular

Datas: 2016 - 2017

Fotografia: BICA Arquitectos

Local: Lisboa